sábado, 20 de outubro de 2007

Sobre a Navalha de Ockam II

Continuando o post anterior, entendo aqui ontologia como qualquer teoria que tente dizer o que há, o que efetivamente existe ou não existe no universo.

Frequentemente se esquece a diferença entre a explicação de eventos e a ontologia . Para explicar um evento X tenta-se encontrar outros eventos que, em conjunto, atuem como causas de X. Ou seja, que sejam como as premissas a partir das quais se possa derivar logicamente o evento X. É claro que toda explicação tem consequências ontológicas. Se digo que X é um evento real e que para explicá-lo preciso de Y e Z, tenho que dizer necessariamente que Y e Z são também reais.

O problema é quando se tenta negar a existência de uma entidade simplesmente porquê ela não é necessária para explicar algum evento. O raciocínio seria este: se necessito de Ye Z e não de K para explicar X então Y e Z existem e K não existe. Se algo não é necessário para explicar um dado evento, então esse algo ( seja o que for ) não existe.

Uma coisa é a simplicidade prática e a elegância que facilitam o cálculo e a manipulação dos eventos. Outra bem diferente é a existência ou não de entidades não diretamente envolvidas em explicações teóricas.

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